Opinião: Lázarus

Oi, galerinha bonita! Rs

Hoje vou falar sobre minhas opiniões referente ao livro Lázarus.

Vocês já sabem como se deu meu encontro com Lázarus e a linda da Georgette Silen na Primavera dos Livros. Isso foi em Junho, eu li o livro em Julho e só agora estou escrevendo sobre ele. Tive que dar uma olhadinha rápida nele para lembrar algumas coisas técnicas como número de páginas, os nomes dos capítulos, então, pode ser que eu esqueça alguma coisa sobre ele. Mas vamos ao que interessa.

Lázarus foi publicado em 2013 e tem 525 páginas! Bastante! Foi o maior livro de autoria brasileira que eu já li e posso dizer “Oh, Yes!” com certeza de que o livro é fantástico. Gente, o livro tem um porte, uma grandiosidade e não estou falando referente ao tamanho, mas sim ao conteúdo. Um livro que se eu não soubesse que a autora era brasileira eu juraria com todas as letras que era um livro de literatura estrangeira.

Já vi algumas pessoas reclamarem de alguns autores nacionais que escrevem histórias em terras estrangeiras, que não são patriotas e bla bla bla ou coisa e tal. Mas, olha era justamente isso que estava faltando no meu repertório.

A Georgette Silen fez um trabalho incrível de pesquisa, pois a cada capítulo somos bombardeados de conhecimento, desde história e  arte até programas de softwares e passagens bíblicas. Impossível ela ter tirado tudo da cabeça dela! rs  

Detalhe para a capa do livro que possui uma rosa vermelha cheia de sangue que pode se referir tanto as rosas que Robert dava para Laura, quanto a rosa símbolo da Ordem. Na capa também tem a silhueta de um homem que acredito ser Robert e a espécie de um mapa que acredito ser de Bristol, no qual, se repete no começo de cada capítulo do livro.

Eu amei Lázarus! Me deliciei com a história da Laura especialista em história da arte que vai trabalhar em um museu em Bristol, Inglaterra levando sua filha adolescente Cínthia e acaba entrando num mundo cheio de seres mitológicos e sanguinários. A história tem um teor maduro, nada de vampiros no colegial como a pancada de livros que eu tenho aqui em casa.  Ela é bem estruturada, com uma pancada de personagens, todos com suas histórias de metamorfose espalhados pelo mundo e muitos (ora!) anos nas costas.

P.S.: Olha os Spoilers, porque dessa vez eu resolvi meio que fazer uma resenha e comentários posteriores.

O livro é dividido em três grandes partes: Travessia, Metamorfose e Conversão.

Travessia conta desde a chegada de Laura em Bristol até o ataque do nômade. 

Laura chega em Bristol com a filha e vai morar na antiga casa da sua avó. Ela tem descendência inglesa, seu nome completo é Laura Elizabeth Benson Vargas. Ela se casou jovem com Alexandre que morreu num acidente de barco se não me engano (agora me falta a memória) e os pais morreram num acidente de carro. Então só são ela e a filha Cínthia. Sua avó e sua família eram amigos de Jeanete, a Jean, e seu marido Ben. Ela tem uma grande amizade com os filhos deles: Geogiana e David que nutre uma mega paixão por Laura. Jean é como uma segunda mãe: as recebe, se preocupa com elas, faz comidas deliciosas e tal. Laura foi contratada por Clementine Fevré, a diretora do Museu de Bristol. Ela acaba conhecendo o irmão da sua chefe, Robert e acabam tendo um relacionamento, assim como Cínthia começa um relacionamento com Eric, seu colega de escola e sobrinho de Robert. Enquanto isso, vários assassinatos estranhos vão acontecendo com corpos sendo encontrados com perfurações no pescoço e sem sangue. E Laura meio que está presente ou perto quando acontecem esses crimes. Ela até conseguiu salvar sua estagiária assistente do museu, Kate, que foi atacada brutalmente. Ela até procura um especialista em mitologia, o Dr. Jarvis Poincello, para tentar entender o que está acontecendo. Mas acontece que Laura acaba sendo brutalmente atacada e fica a beira da morte...

 O começo eu achei um pouco pacato por causa da passagem da Laura se estabilizando no local o serviço, o dia-a-dia, porque pra mim não consigo entender como alguém pode “viver” de museu, mas conforme as páginas iam se aproximando da segunda parte do livro, eu fui me animando, porque eu tinha certeza de que ela seria transformada em vampira por causa do título da segunda parte “Metamorfose”.

Confesso que não gostei muito da Clementine no começo. Eu a achava metida e fria, mesmo sabendo a história da sua metamorfose (que eu já vou contar) minha simpatia por ela não aumentou. Só quando eu comecei a vê-la mais como líder do clã (também já vou falar sobre isso) comecei a gostar dela. Ela meio que seria um Papai Carlisle numa versão feminina. Rs

Robert é lindo, carinhoso e romântico como todo mocinho deve ser e devido ao teor maduro da história, o nosso mocinho vampiro é mais viril, macho (rs) e consequentemente mais sexy e tentador.

Eu simplesmente me divirto toda vez que a Cínthia aparece na história, por ter seu jeito louquinha de adolescente e ser muito sincera, sempre incentivando a mãe para sair com o gato do Robert, como ela diz. Destaque para a overdose de conhecimento no encontro de Laura com o Dr Jarvis.

Metamorfose vai desde o ataque da Laura pelo nômade até o segundo ataque contra Laura. (Eita, moça que gosta de ser atacada! rs) 

Laura foi atacada por um vampiro nômade e o clã Di Fevere que estava patrulhando o local, devido aos recentes ataques de vampiros, a encontram a beira da morte e Robert a converte em vampira. Laura acorda na mansão dos Frevé e conhece todo o clã Di Fevere: Clementine, Robert, Eric, Morgana, Joshua e Carlo. O clã de vampiros do Reino Unido que se alimenta apenas de animais. Há três tipos de vampiros: puros que são os nascidos vampiros com poderes especiais; metamorfos que são humanos transformados em vampiros comuns; e os mestiços que são meio vampiros nascidos de humanas. Lhe é revelado que ela tem 3 meses para se apresentar como uma vampira sociável em Sallisbury, de acordo com as regras do Acordo da Ordem Urare, grupo responsável por manter as relações de paz entre vampiros e humanos, no qual, humanos não poder ser transformados em vampiros pura e simplesmente.  Ela treina hipnose, luta corporal, luta com armas brancas, caçar e tem a ajuda do soro inibidor feito por Carlo. O clã Salah do Brasil composto por Solomon, Shiloh e Nazaré vem como testemunhas do treinamento de Laura. Ela se apresenta ao Mathesis Avelar, líder da ordem e é aprovada, mas no término descobre que um dos Megisters, humanos responsáveis por cuidar de determinadas regiões e dos vampiros que habitam nelas, é David que acaba se declarando para ela. Enquanto Laura treinava, Cínthia estava num acampamento de férias, mas quando ela volta a casa de Laura é atacada por um mestiço desconhecido e Cínthia descobre que ela é uma vampira. É feito um Concílio em Amsterdã, na Holanda para que os clãs de vampiros reafirmem seu compromisso com o Acordo, porém um corpo é encontrado e Laura é acusada pois seu cheiro está nele. Enquanto isso, Josh que cuidava de Cínthia é atacado por mestiços e acaba indo ao Concílio trazendo os corpos dos atacantes. No final, fica comprovado que foi armado para Laura e o Concílio é encerrado. Os Di Fevere fazem uma reunião com outros clãs aliados em Belfast, na Irlanda, a respeito dos ataques de vampiros, no qual, se descobre que são neófitos e mestiços a mando de uma nômade chamada Maia, e pretensões do Mathesis Avelar, são os clãs de Jamal (asanbosan africano), Solomon (metamorfo brasileiro), Alexia (lâmia grega), Lorelai (metamorfa nórdica), Garret (metamorfo nórdico), Derik (metamorfo nórdico), Atul (puro indiano), Yan (metamorfo canadense), Boris (ekiiminus romeno) e Alma (kamazotz mexicana). Porém quando todos foram caçar Laura é ataca por um estranho animal...

É agora que bicho pega e o negócio começa a ferver! Kkkk

Adoro as inversões de pontos de vista que passam a acontecer, nessa segunda parte. Por exemplo, no ataque a casa da Laura, no qual o motivo era pegar roupas dela para plantar seu cheiro no corpo durante o Concílio, é mostrada a cena pelo ponto de vista da Laura e depois volta para a mesma parte e quem conta é a Cínthia.

Apesar de ser compreensível, achei que a raiva de Laura por Robert tê-la transformado foi meio que sem nexo. Eles voltaram tudo e tal, mas acho que o amor teria que prevalecer (e prevaleceu!) antes de tudo. Também adorei a parte que Cínthia descobre sobre os vampiros e fica brava por querer ser um também, afinal, já era de se esperar.

Referente a Ordem, primeiro achei que seria tipo uma versão dos Volturi, mas como os membros são humanos e as regras extremamente rígidas e não voláteis que podem ser aceitas ou não dependendo do humor do líder, como Aro em Crepúsculo fazia, percebi uma seriedade maior na Ordem, apesar do fdp do Avelar.

Adoro principalmente a questão dos clãs, das famílias. Em Amanhecer fiquei tão empolgada com os clãs, mas nem deu pra sentir o cheiro deles. Mas em Lázarus eles estão presentes quase a maior parte do tempo. A Georgette viaja na maionese (kkk) com a questão das outras raças de vampiros: lâmias que são meio vampiras meio sereias; asanbosans que são meio vampiros meio antílopes; Ekiiminus, Leviatãs e etc . Todos com aspectos animalescos, meio mitológicos. Achei diferente, pois com o passar do tempo os vampiros na literatura passaram a perder seu aspecto bestial e serem cada vez mais parecido com os humanos. Mas faz sentido, se as espécies de vampiro que aparecem no livro são tão milenares por que não teriam características mitológicas?

Aliás esqueci de colocar junto sobre a transformação dos Di Fevere, segue:

-Clementine hoje é diretora do Museu de Bristol, mas viveu na França durante a Idade Média. Como toda moça da época, se casou e teve dois filhos: Marguerite e Quincey. Seus filhos foram mortos num ataque de vampiros e ela foi transformada e levada prisioneira para ser usada como objeto sexual até o dia que conseguiu matar seus sequestradores e fugir.

-Robert trabalha hoje como artista e arquiteto, mas foi um cavaleiro medieval. Durante uma de suas batalhas ele ficou a beira da morte, mas foi encontrado por sua irmã, Clementine, que o transformou. Eric é um mestiço que entrou no colégio de Cinthia para ficar de olho nela e em Laura, que acaba se relacionando com ela.

-Morgana hoje é namorada de Josh, mas foi uma herdeira rica que viveu em Viena em 1700. Voltando um dia de uma noite de farra foi atacada por um vampiro, mas foi salva e transformada por Josh.

-Joshua hoje é um especialista em tecnologia, mas ele viveu na Irlanda por volta de 1500. Por ter sido o sétimo filho de um sétimo filho e ter nascido albino, Josh foi mandado para ser monge. Durante uma viagem acabou sendo atacado por um vampiro puro e transformado.

-Carlo hoje é um cientista, mas já se interessava por ciências quando viveu na Itália em 1300. Devido ao seu gosto por descobertas viajou muito e durante uma dessas viagens foi atacado por um vampiro, mas outro vampiro, Solomon, o salvou e o transformou.

Conversão vai desde o ataque do Lazarus até a fuga de Laura.

Laura é atacada pelo animal mitológico e secular chamado Lázarus que tem o poder de curar todos os males e ser imortal. Laura deixa de ser vampira e volta a ser humana apesar de ter uma temperatura corporal mais elevada e seu cheiro ser mutável. Avelar faz uma reunião secreta com Amós (leviatã nórdico), alguns Ekiiminus (romenos), alguns puros indianos, Baobhan Sith (Islândia) e Kathakanos (gregos) para propor um Novo Acordo: acabar com os metamorfos em troca de expansões de território. Avelar tenta invadir o sistema da mansão Di Fevere e não consegue, mas ao acessar os emails de Laura do museu descobre sobre o Lázarus. A mando de Avelar, Heather, vampira do grupo de Maia, usa Kate para descobrir mais sobre Lázarus. Tudo parece tranquilo em Bristol quando Laura é atacada em sua casa por mestiços, mas é salva por David devido a um estranho aviso de Kate antes de ter um AVC. E piora quando Jean e Ben são assassinados em casa por um vampiro. Laura passa em casa depois do enterro e encontra uma mensagem escrito Panaceia com a passagem bíblica do Lazaro, uma flor vermelha, os brincos de Jean e a gravata de Bem. Ela entende que Avelar sabe sobre ela e que representa uma perigo a todos, devido a isso ela foge, mas antes ela altera seus documentos e os de Cínthia, que agora faz faculdade na Holanda com Eric, danifica os softwares de Josh e queima sua própria casa. Todos procuram Laura, enquanto a mansão é invadida e o Lázarus roubado. Laura foge por vários países até chegar ao Brasil e tomar um ônibus a caminho de Campo Grande. 

Uou! O que foi isso?! Como assim ela volta a ser humana? Ainda estou com a boca aberta, surpresa com essa reviravolta doida! Afinal, eu já estava chegando no final do livro e ainda não tinha entendido aonde o título Lázarus se encaixava que já dava uma noção de ressurreição e tal. E mais uma vez temos uma overdose de conhecimento. Nunca ouvi falar no nome Panaceia que segundo a explicação que tivemos no livro, trata-se de uma das filhas de Apolo que tinha o poder de curar todos os males do mundo, sendo que seu filho Akos era o remédio.

Até agora me pergunto: por que a fuga? Isso é típico das mocinhas altruístas! Nunca entendo por que não contam a verdade para sua família e tentam resolver o problema todos juntos. Simplesmente porque não ia ter história! Dã! RS

Outra coisa que acontece muito nos livros e também em Lázarus, é o fato inexplicável de todos estarem interessados na protagonista, por algum motivo que ninguém sabe qual é (Dã! Ela é a protagonista! Quer motivo maior que esse? rs). David, Robert, Avelar e Amos que a pediu como prêmio no Novo Acordo, isso quando era só uma vampira. Imagina agora que ela é a Panaceia.

Quase chorei com a morte da Jean e do Ben.... só achei meio sem necessidade. Penso que Avelar fez isso não com a intenção de tocar, prejudicar a Laura, mas sim de atingir o David, como uma espécie de castigo por ser intrometido, por ficar do lado dos Di Fevere.

Tenho algo a reclamar, pois se tem algo que me deixou louca nesse livro foram as passagens de tempo. Tipo, é de se esperar que num livro com tantas páginas a história siga por um bom tempo, mas achei um exagero 3 anos! Além das passagens serem identificadas por outono, verão As coisas aconteceram muito devagar e a historia se estende por 3 anos que dava pra fazer em 1 ou até menos.

Mas foi um livro maravilhoso! 

Recomendo totalmente! 

Deu vontade de ler de novo assim que eu terminei, mas a preguiça bateu quando lembrei do tamanho. Rs

Estou ansiosa para o livro 2, a continuação: Panaceia!!

Bites! :F